A origem do Município de Olímpia deve-se ao espírito empreendedor do engenheiro escocês Robert John Reid, quando este, no limiar do século que ora se finda, contratado pelos condôminos do Sertão dos Olhos D’água para demarcar aquelas terras, convenceu-os da auspiciosa oportunidade de ali se fundar um povoado, povoado este que, posteriormente, conforme disposição da Lei Estadual n.º 1035, se tornou distrito, a 18 de dezembro de 1906, o qual, por sua vez, no dia 19 de dezembro do mesmo ano foi elevado à categoria de vila pela Lei n.º 1038.
O Município, cujo território se desmembrou do de Barretos, foi, enfim, criado em virtude da Lei n.º 1571, de 7 de dezembro de 1917, que também concedeu foros de cidade à sede municipal, tendo sua instalação se verificado em 7 de abril de 1917. Atualmente, compreende os distritos de Olímpia (sede), Baguaçu e Ribeiro dos Santos.
A denominação da cidade deriva de “Maria Olímpia”, filha de um influente político da região e afilhada do engenheiro Reid, a quem este quis prestar uma homenagem.
É limitado, ao norte, pelos municípios de Altair e Guaraci; ao sul, pelos de Tabapuã e Cajobi; a leste, pelos de Barretos e Severínia; a oeste, pelos de Guapiaçu e Uchoa.
População: 50.000 aprox. (Censo 2009, IBGE)
Gentílico: Olimpiense. Para torcedor do Olímpia Futebol Clube aplica-se o adjetivo olimpiano.
Desemprego: Afeta de 3% a 4% da população economicamente ativa.
Religiões: Católica: 9 templos – Evangélica: 21 templos – Espírita: 7 templos-Umbanda-Sheicho-no-ie.
Pontos turísticos: Praça das Atividades Folclóricas; Museu de História e Folclore “Maria Olímpia”; Igreja Matriz de São João Batista; Clube Termas dos Laranjais e Casa do Artesão.
Atividades econômicas: Agricultura (laranja e cana-de-açúcar); Indústria (açúcar, álcool, suco de laranja, metalurgia); Comércio.
Área: 812 KM (9,792 KM de área urbana).
Rios: Turvo, Cachoeirinha, Olhos D’Água, Córrego dos Pretos e do Matadouro.
Altitude: 506m.
Latitude: 20º44’14”
Longitude: 48º54’53”WRG
DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO
O município de Olímpia localiza-se na região Norte do Estado. Em situação privilegiada em termos de acessibilidade, encontra-se a 417 Km capital da capital, a 130 Km da cidade de Ribeirão Preto, a 52 Km de São José do Rio Preto, a 50 Km de Barretos, a 50 Km de Bebedouro e a 48 Km de Catanduva.O acesso a Olímpia se dá pelas Rodovias Assis Chateaubriand – SP 425 e Rodovia Armando de Salles Oliveira -SP 322.
POR QUE CAPITAL DO FOLCLORE?
Lendo a biografia de Amadeu Amaral, escrita por Paulo Duarte, verificamos que o autor das “Tradições Populares” e o criador dos nossos festivais penetram nos domínios do folclore, percorrendo os mesmos caminhos: conheceram uma fase engatinhante, passaram por um período de pesquisas metódicas e sistemáticas e, finalmente, transformaram o estudo das maneiras de pensar, agir e sentir do povo, em paixão dominante. Ambos contribuíram à sua maneira para o conhecimento e a divulgação do folclore.
No entanto, Amadeu Amaral viveu numa época em que o trato com o folclore brasileiro tinha aspectos embrionários, foi precursor em muita cousa e os resultados da sua atuação de folclorista foram os livros que escreveu e os numerosos artigos que deixou em jornais e revistas do tempo. José Sant´anna,ao contrário, passou a entusiasmar-se pelo assunto quando o folclore, no Brasil, já ocupava o devido lugar como ciência e deu, por assim dizer, um sentido prático aos conhecimentos adquiridos em livros de pesquisas e acabou por levar as manifestações folclóricas para as ruas. Daí o aparecimento dos Festivais Folclóricos de Olímpia que já pertencem à tradição da cidade.
Ele começou a interessar-se pelo folclore, em 1956. No ano seguinte já pensava em criar para Olímpia um órgão que pudesse divulgar e proteger os grupos então existentes, Proferiu palestras acerca da importância daquela ciência. Reuniu material para a primeira exposição, constituída por objetos que iam desaparecendo no rasto do progresso. Em 1958 expunha nas vitrines de “A Triunfal Modas”, ao mesmo tempo que partia para o “trabalho de campo”, auxiliado por estudantes. Coube à “Camisaria das Fábricas”, em 1959, a vez de abrigar a mestra folclórica. Nos anos de 1960, 1961, 1962 e 1963, as exposições foram para o salão do antigo Colégio Olímpia, hoje extinto. Em 1964 todo o material, consideravelmente ampliado, pôde ser visto pelos interessados, na “Exposição de Móveis Bandeirantes”.
Sem mestre, orientador ou guia, José Sant´anna não tardou muito a colher os frutos dos esforços, das pesquisas, dos estudos. Realizou o 1º Festival do Folclore, em 1965, coadjuvado pelos professores do então Colégio Estadual e Escola Normal “Capitão Narciso Bertolino”, com a exposição montada na antiga “Taba do Carajá”, a participação da cantora Ely Camargo e encerramento com magnífico desfile. Logo após, travou conhecimento com o Dr. Rossini Tavares de Lima e com a Profª Laura Della Mônica, ilustres folcloristas, tornando-se, a seguir, membro efetivo da Associação Brasileira do Folclore.
Em 4 de julho de 1966 criou o Departamento de Folclore de Olímpia, de que participaram os professores da Escola Estadual de 2º Grau “Capitão Narciso Bertolino”, cujo objetivo era incentivar o estudo do folclore e chamar a atenção para a sua extraordinária importância, por meio de cursos intensivos, conferências e exposições. Naquele ano cria-se, no Museu de Folclore do Ibirapuera, uma seção especial para Olímpia e o 2º Festival do Folclore alcançava a mais ampla repercussão.
Já se preparavam os festejos do 3º Festival do Folclore, que contou também com a 1ª Exposição Filatélica, quando o governador Abreu Sodré, assinou o Decreto nº 43310, estabelecendo agosto como o “Mês do Folclore”. Em 27 de setembro eram designados Rossini Tavares de Lima, José Sant´anna, Alfredo João Rabaçal, Hélio Damante e Laura Della Mônica para, sob a presidência do primeiro, constituírem a Comissão Estadual de Folclore e Artesanato.
Sucederam-se o 4º e o 5º festivais em 1968 e 1969, respectivamente. Neste último ano, os dois jornais da cidade circularam com variada matéria folclórica. O primeiro disco, com músicas coletadas na região foi lançado sob o título “Olímpia e seu Folclore Musical”. De São Paulo aqui chegou a Comissão de Folclore.
A repercussão dos festivais anteriores havia trazido a Olímpia gente de todos os recantos. A cidade vivia os seus momentos mais agitados. Por toda parte, no encerramento, o povo se comprimiu para assistir à passagem dos grupos folclóricos com sua coreografia pitoresca e vestes esquisitas e coloridas. Era uma festa de cores, sons e ritmos, onde o belo e o exótico se irmanavam proporcionando um espetáculo de inusitada alegria e estranha beleza.
Naquele ano a Comissão de Folclore, acolhendo uma sugestão de Hélio Damante, pelo que Olímpia representa e por tudo quanto aqui tem sido feito pela preservação e conhecimento do folclore de todo o país, resolveu brindar a nossa cidade, com o cognome por que é, hoje, amplamente conhecida: a Capital do Folclore.
Rothschild Mathias Netto