O Museu
HISTÓRIA
O museu de História e Folclore "Maria Olímpia" teve o mesmo nascedouro que o próprio Festival do Folclore: Os trabalhos escolares desenvolvidos pelo professor José Sant'Anna ao iniciar a sua carreira magisterial na Capital do Folclore, dos quais entre outras coisas, resultaram exposições de peças folclóricas que se realizavam, inicialmente, no âmbito do hoje extinto Colégio Olímpia. No início dos anos sessenta o museu era itinerante, visto que aquelas exposições passaram a se realizar também em outras unidades escolares e estabelecimentos comerciais olimpienses, e, a partir de 1965, na festa maior.
Embora proveniente da mesma fonte, o museu passou a existir de fato somente em agosto de 1973 (oito anos após o festival, "por uma simples questão de oportunidade" segundo Sant'Anna), quando o então prefeito Dr. Antônio Lopes Ferraz providenciou-lhe a casa própria, cedendo às instâncias do professor.
A existência oficial do Museu de História e Folclore "Maria Olímpia", assim denominado, deu-se mediante a Lei nº 1274, de 18/04/1997, e do Projeto de Lei nº 1625/78, do vereador José Sant'Anna, posteriormente convertido na Lei nº 1358, de 05 de julho de 1978. Pelos decretos Nº 1114, 1115 e 1116, o então prefeito Álvaro Marreta Cassiano Ayusso nomeou o professor José Sant'Anna para o cargo de Diretor Técnico do Museu; o professor Rothschild Mathias Netto, para o de chefe da Secção de História; e novamente Sant'Anna, para o de chefe da Secção de Folclore.
É considerado um dos mais completos do Brasil, cujo riquíssimo acervo remonta a cerca de 3000 peças, dentre indumentárias diversas (vestuários de Folia de Reis, Congadas, Reisados, Moçambique, etc.); flores de diversificado material, peças de barro, bambu, madeira, couro, ágate, toalhas com abrolhos, trabalhos em palha, crochê, pinturas pitorescas; instrumentos musicais; peças de tradicionalismo (pilão, esporas, luminárias, serras, etc.); biblioteca especializada e muito mais.
A grande anfitriã foi Maria Jesus de Miranda, coordenadora do Museu desde 1989, a cujos cuidados Sant'Anna confiou, com toda tranquilidade, esse cartão postal de Olímpia. A falta de estudos específicos de museologia nenhuma falta lhe fez, haja vista ser detentora de uma brilhante intuição e de um forte conhecimento empírico do folclore pátrio. Ela administrou o museu com uma criatividade e uma competência jamais desconsiderada: arquivando, selecionando, ornamentando, corrigindo, recebendo os visitantes, enfim, de tudo participando.
O museu se instalou primeiramente no prédio onde antes havia funcionado a Delegacia de Ensino, na Avenida Waldemar Lopes Ferraz, nº 1224, transferindo-se algum tempo depois, em caráter provisório, para a Rua Floriano Peixoto, nº 1228, em que hoje funciona a agência local do INSS, até chegar na Rua David Oliveira, nº 420, que foi sede do museu durante anos, tendo em seu exterior a mais antiga e valiosa peça do acervo, uma locomotiva (maria-fumaça) que, de 1940 a 1950, aproximadamente, fez o elo entre Olímpia e o resto do Brasil, promovendo o desenvolvimento econômico da região.
Em 2017, por necessidade de reforma do prédio, todo o acervo foi transferido para outro prédio histórico, também localizado na Rua David de Oliveira, no número 89, em uma edificação construída na década de 1940, pelo notável empresário português que dá nome à rua.
NOVO MUSEU DO FOLCLORE
Integrando uma nova etapa de transformação do Recinto do Folclore, a nova sede do Museu do Folclore foi construída no berço de sua festa maior. A ideia é que o espaço seja uma instituição que celebre o folclore durante todo o ano, ampliando a comunicação com o público e apostando na preservação do acervo que guarda quase 60 anos do Festival do Folclore de Olímpia, com uma apresentação mais moderna. Com uma exposição contemporânea, difundirá seu valioso conteúdo e acervo, de forma inovadora, atraente e interativa. As obras estruturais foram feitas com recursos do Governo do Estado (DADETUR) e a nova concepção conta com a inédita parceria da renomada Fundação Roberto Marinho, com a qual o município firmou convênio para o estudo aprofundado sobre o FEFOL e a cultura brasileira.
No novo prédio, inaugurado em 2023, há ainda alas de homenagem ao folclore das cinco regiões brasileiras e também ao folclore de Olímpia, cozinha afetiva e artesanato local, bem como uma ala especial dedicada aos Patronos do Folclore Brasileiro, abordando a temática das lendas. Uma sala especial também foi montada pelo Arquivo Público Municipal, com uma exposição documental que valoriza a importância dos 60 anos do Festival do Folclore de Olímpia para a preservação da cultura brasileira.